Discurso da Inauguração das Instalações
Discurso proferido pelo Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Santo Adrião, Dr. Carlos Ferreira, no dia da Inauguração das Instalações
A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Santo Adrião e restantes órgãos sociais agradecem a Vossa presença neste ato solene da inauguração destas instalações que se destinam ao desenvolvimento de três valências direcionadas à população idosa.
A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Santo Adrião foi fundada por Decreto Episcopal de 16 de Julho de 1991 e adquiriu a natureza de pessoa coletiva de utilidade pública, em 02 de Setembro de 1991, com o seu registo, na Direcção-Geral da Segurança Social.
Faz parte desde a sua fundação da União das Misericórdias Portuguesas, organização esta que integra a generalidade das misericórdias portuguesas e que tem desempenhado um relevante papel na dinamização destas instituições e na defesa dos seus legítimos interesses, designadamente junto dos órgãos do poder político. A nível do Secretariado Regional de Lisboa, a Coordenação tem estado a cargo do Sr. Dr. Carlos Andrade, que tem desenvolvido um profícuo trabalho em benefício das misericórdias integradas no Secretariado Regional de Lisboa.
Caros convidados e amigos da Misericórdia,
contra todas as expectativas, só ao fim de duas décadas foi possível a esta Instituição angariar os recursos necessários à prossecução dos seus fins estatutários, sendo certo que a Misericórdia, embora sediada nesta freguesia da Póvoa de Santo Adrião, tem um âmbito coincidente com a área territorial do concelho de Odivelas.
O período que medeia entre o ato constitutivo e esta data da inauguração é bem demonstrativo das inúmeras dificuldades encontradas, especialmente a partir do momento em que foi doado o espaço onde hoje nos encontramos, com a obrigação da Instituição construir, de raiz, um equipamento social destinado à população idosa.
Podemos, hoje, orgulharmo-nos de ter conseguido esse objetivo, uma vez que o edifício foi dado por concluído em Dezembro de 2009 e a partir do final de Setembro de 2012 foi possível à Instituição receber os primeiros utentes.
Não sendo esta a altura para nos lastimarmos das inúmeras dificuldades que tivemos de enfrentar, que efetivamente existiram, quero também transmitir-vos que foi possível superar, até agora, todos os obstáculos e barreiras que fomos encontrando pelo caminho.
Sem pretender enunciar todas essas dificuldades, considero que houve alguns momentos que foram determinantes para alcançarmos o resultado final, que era a conclusão deste edifício e a sua abertura à comunidade.
Recordo-me, nomeadamente que, no decurso do ano de 2008, nos deparamos que a área do terreno registada na respetiva Conservatória não era coincidente com a área da implantação do edifício, havendo uma diferença significativa, que importava corrigir, e cujo processo foi ultrapassado com êxito, com a preciosa colaboração da Sr.ª Conservadora do Registo Predial de Odivelas, Dr.ª Domingas Perdigão, a quem muito agradeço os bons ofícios então prestados à Instituição.
Uma vez ultrapassada essa situação, conseguimos, de seguida, realizar a escritura pública com uma instituição financeira por forma a obter-se o financiamento necessário ao pagamento de despesas já realizadas com o início da obra.
Sr.ª Presidente da Câmara Municipal de Odivelas,
como V. Ex.ª bem se deve recordar, no final de 2009, foi celebrado um Contrato-Programa com o Município de Odivelas, nos termos do qual foi garantido à Instituição um apoio financeiro, de que já foi recebida a quantia de € 150.000,00.
Esse apoio financeiro foi essencial para a Instituição cumprir com algumas das obrigações decorrentes dos compromissos assumidos, sendo então determinante o empenho pessoal da Sr.ª Dr.ª Susana Amador, a quem em nome da Instituição manifesto o meu melhor agradecimento.
Finalmente, em Setembro de 2012, ocorreu a admissão dos primeiros utentes na Instituição, após a realização de algumas reuniões com os Serviços Técnicos do Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa.
E na sequência dessa iniciativa, foi possível procedermos à admissão de 15 utentes, oriundos de diversos estabelecimentos, mas com carências ou marcas de diversa ordem, inclusive, carências afetivas e inexistência prática de laços familiares.
Com a admissão desses utentes foi possível também à Instituição arrecadar as primeiras receitas para fazer face às suas despesas mais prementes, designadamente com a regularização da dívida relativamente à amortização do empréstimo bancário, pagamento de ordenados de pessoal e pagamento a alguns fornecedores.
É, assim, deste modo, que prefiro partilhar hoje com todos os nossos convidados a alegria de termos conseguido concluir a obra, que importou em cerca de 1.300.000,00, e de já estar aberta ao público, com a capacidade esgotada na valência de Lar, na convicção de que irá representar uma mais valia para toda a comunidade, especialmente para a população das freguesias do concelho de Odivelas.
Para além do contributo e dos apoios financeiros que nos foram proporcionados pela Segurança Social e pelo Município de Odivelas, não posso também deixar de agradecer a todos os que contribuíram para a realização desta obra que hoje inauguramos.
Estou, naturalmente, a referir-me aos nossos associados, beneméritos e amigos que sempre confiaram e acreditaram em nós e contribuíram com donativos de diversa natureza.
Para não ferir sensibilidades, porque, por certo, correria o risco de não enunciar todas as instituições, entidades e pessoas a quem a Instituição reconhecidamente muito deve, não vou fazer uma menção individualizada.
Todos sabem que o Vosso contributo foi muito apreciado, reconhecido e muito importante para esta Instituição.
Por isso, bem-haja a todos.
Atualmente a Misericórdia da Póvoa de Santo Adrião é considerada uma jovem instituição que está a dar os primeiros passos no desenvolvimento das suas atividades, apoiando já 30 utentes residentes em lar e com capacidade para apoiar mais 30 utentes em Centro de Dia e 30 em Serviço de Apoio Domiciliário.
O incremento destas últimas duas valências, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário depende, porém, a nosso ver, da capacidade dos Serviços de Segurança Social considerarem estar reunidas as condições para poderem outorgar os correspondentes acordos de cooperação, basicamente traduzidos no apoio financeiro para comparticipar as mensalidades dos utentes mais carenciados.
Na verdade, a Instituição conta já com 17 profissionais e sete voluntários ao Serviço dos utentes residentes na valência de Lar e dois em Centro de Dia.
Já no corrente ano, não obstante as dificuldades resultantes da crise financeira de todos conhecida e da escassez de recursos, pretendemos aumentar a capacidade de intervenção nas valências de Centro de Dia e do Serviço de Apoio Domiciliário.
Com esse objetivo, a Instituição dispõe já de duas viaturas novas, adquiriu o equipamento necessário e pretende admitir mais funcionários para manter um serviço humanizado e de qualidade, sempre ao serviço de todos os utentes e das boas causas que são, aliás, o apanágio das misericórdias.
Sr.ª Diretora do Centro Distrital de Lisboa,
aproveito esta oportunidade para lhe fazer um merecido agradecimento e um apelo. O apelo é para V. Ex.ª interceder no sentido de serem criadas as condições para esta Misericórdia poder celebrar os tradicionais acordos de cooperação, que normalmente são celebrados com as instituições que revestem idêntica natureza, por forma a podermos contribuir para que outras pessoas carenciadas possam beneficiar dos serviços no âmbito das supra referidas valências.
O agradecimento, que é mais que justo, é pelo seu especial empenho e intervenção nos processos relativos à concessão dos subsídios, que, como sabe, foram já objeto do despacho do Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, sendo um para a aquisição das duas viaturas e outro para a comparticipação na aquisição do equipamento e mobiliário, cujo processo esperamos entregar na próxima semana, devidamente concluído, nos Serviços que Vossa Ex.ª superiormente dirige, aguardando depois que seja concretizado o pagamento com a brevidade que for possível.
Excelentíssimo Reverendíssimo, Bispo Auxiliar, Dom Nuno Brás
Em nome dos corpos sociais da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Santo Adrião, dos nossos funcionários, dos voluntários que connosco colaboram e também dos utentes da Instituição o nosso muito obrigado pela sua visita neste dia que representa o culminar de uma longa caminhada, simbolizada neste ato solene da inauguração destas instalações que muito nos orgulha.
Este dia jamais será esquecido por todos nós e ficará, estou certo, gravado na memória desta jovem Instituição e será recordado, no futuro, por todos os que testemunharam este ato solene.
Bem-haja e muito obrigado pela Vossa presença.
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