O mês de Outubro foi o início do caminho das novas dinâmicas e atividades lúdico expressivas.

Neste mês para além da iniciação do plano de alfabetização para alguns utentes, apostou-se no desenvolvimento cognitivo.

As atividades foram diversas e distintas, tendo em conta as datas festivas celebradas:

• Dia Internacional do Idoso (01 outubro);
• Dia Internacional da Alimentação (16 outubro);
• Festa de 3º Aniversário da SCMPSA.

Foi um mês cheio de actividades e de comemoração das mesmas, com eventos especiais. Para tal, os utentes foram desenvolvendo ideias e potencialidades, desde a ida à SIC até à preparação de cânticos para a festa de aniversário do nosso Coro da Casa Cor-de-Rosa muitas foram as horas trabalhadas e a dedicação plena para as diversas concretizações.

Neste mês repleto de animação lúdico-expressiva, iniámos o plano de alfabetização e o desenvolvimento cognitivo.

Conseguimos finalmente potenciar a vontade de alguns utentes em aprender “as letras” e a escrever pelo menos o seu nome. É com enorme deleite que olhamos hoje para utentes que tinham um desejo que há muito tinham desistido de realizar e atualmente já conseguem escrever algumas letras e o seu nome. O caminho para a leitura ainda é longo mas este foi um dos pequenos passos que mais encheu os corações de quem tinha esta enorme vontade mas havia desistido e já não acreditava ser possível. A motivação, as ferramentas e as pessoas certas por vezes conseguem fazer “pequenos milagres”, este é um deles.

Nada se compara ao orgulho, ao brilho no olhar de quem conseguiu de velho algo que faltou a vida toda.

A nós cabe-nos continuar a promover e a desenvolver atividades que promovam o envelhecimento ativo e a tentar dar a cada um, na medida do possível, tudo aquilo que nos é possível no âmbito dos 3 alicerces da Gerontologia: acompanhamento e apoio BioPsicoSocial.

A vida só vale a pena quando vivida. Seja aos 20, aos 30, aos 50 ou aos 90 anos tudo faz sentido quando vivido na primeira pessoa.

O enriquecimento pessoal é uma das bandeiras das quais não vamos desistir. Por mais que por vezes possa parecer impossível levar idosos a fazer o que habitualmente se considera pouco convencional ou desapropriado pelo avançar da idade, nunca iremos baixar os braços ou desistir antes de tentar.

A alegria do individuo em fazer parte, em ser reconhecido, em ser útil é algo que jamais poderemos tirar a quem tanto foi, é e será, a quem tanto já nos deu e ainda tem para nos ensinar. Os idosos são a maior fonte de saber vivido que temos a obrigação de ouvir e aprender com eles, do mesmo modo temos a obrigação de ensinar/atualizar diariamente por forma a vivenciarem novas realidades, a relembrar outras e a fazer acreditar em outras tantas.

É o brilho no olhar, a confiança que depositam em nós e a esperança num amanhã melhor que nos faz seguir em frente de mão dada com os nossos utentes. É por eles e para eles que diariamente trabalhamos e em meses como este, o orgulho enche-nos a alma por sentirmos e provarmos que afinal vale a pena acreditar, lutar e nunca desistir.

Texto: Drª Sandra Costa Dos Santos